domingo, 1 de maio de 2016

Diário de bordo de uma Caravela



Diário de bordo de uma Caravela  PDF 626
http://virtualcul.dominiotemporario.com/kukukaya_mar_abr_2016/kukukaya_mar_abr_2016.html


Na época dos descobrimentos, os europeus lançaram-se ao mar em busca de especiarias, já que o caminho terrestre estava impedido, com a tomada de Constantinopla. Temperos e especiarias definiam seus gostos, suas tradições e seus conhecimentos; marcavam as suas divisas territoriais e culturais. E navegando pelos mares, encontraram novas terras e novos conhecimentos. Buscavam inicialmente um novo caminho para as Índias, e a prova de que a Terra era redonda, assim aprendemos na história, assim foi registrado em alguns livros. Com documentos de Pedro Alvares Cabral e Cristóvão Colombo.

Mas podiam ter outros objetivos, pois começavam um processo de globalização, aproximando os continentes. E por navegar em mares nunca dantes navegados, enfrentaram novas aventuras, e acabaram por adquirir novas informações, novos conhecimentos. Descobriram novas doenças, novas causas e novas curas, como o caso do escorbuto, curado com a ingestão e uso do limão, um item que passou ser necessário ter a bordo, entre medicações e mantimentos, nas próximas viagens programadas. Descobriram novos costumes, novos usos e novas especiarias.

Descobriram novas terras e implantaram suas ideias e seus temperos. Levaram novos conhecimentos e mercadorias para as terras encontradas, repetindo seus atos na viagem de volta, expatriando mercadorias, das novas terras descobertas. Começaram com vegetais e depois foram em busca dos minerais. Desmatamento e escavações, continuaram pelos séculos seguintes. E com o conhecimento adquirido, com vegetais e minerais explorados, pesquisados e transformados, hoje vendem conhecimento e tecnologia. Do ferro fizeram o aço, da navegação marítima a navegação aérea, chegando a navegação na internet. Agora estudam os ventos para vender conhecimento e tecnologia. Insistem em um discurso de autossuficiência, para países em desenvolvimento. Guardam para si as melhores partes do conhecimento, da tecnologia e da economia.

Começaram com barcos pequenos próximos a costa. Embarcaram em barcos maiores, e saíram em busca de mercadorias. Primeiro costearam a África. Não fizeram nada de novo, a navegação e o comercio marítimo já era de conhecimento dos Fenícios. Haviam trocas de mercadorias no Mar Mediterrâneo, entre Europa, África e Ásia. E arriscaram enfrentar o Atlântico. Mas levaram na bagagem algumas novidades, para navegar em lugares desconhecidos. Poderiam encontrar animais da imaginação, ou povos selvagens e não amistosos.

Embarcaram algumas novidades, em suas caravelas, como a tinta e o papel; armas e pólvora. Estavam armados de penas e tintas, com balas de armas e canhões, o uso bélico individual e coletivo, para conquistar com a força e o conhecimento cientifico. Tinham como símbolos a cruz e a espada (uma cruz invertida). Avistaram o Cruzeiro do Sul, e podem ter imaginado estar no caminho certo. Seus mastros e seus símbolos estampados nas velas, também tinham a forma de uma cruz. Aplicaram um recente conhecimento denominado cartesiano, com dados marcados em uma cruz. A cruz o maior legado de Jesus Cristo.

Precisavam fazer registros de suas batalhas e seus feitos; suas conquistas. Precisavam retornar com notícias e registros. Assim levaram a sua história, com conhecimentos bélicos e de marinharia, e outros tantos conhecimentos. As caravelas se tornam um símbolo de conhecimento com velas ao vento, tal como pensamento, que as vezes precisam de um leme, um comandante e um timoneiro. As caravelas permitiram novos conhecimentos, e transporte de mercadorias.

E agora uma Caravela partiu de Natal, para navegar em outras praias no litoral ou no interior. Percorrendo mares, rios e estradas. Tem a missão de conquistar novas terras com novos leitores, com papel e tinta de tipografia. Na data de novembro de 2015, uma Caravela lançou-se ao mar de informações e conhecimentos, capitaneada pelo comandante Torres Neto e seus oficiais de bordo Peixoto e Azevedo. A caravela partiu com a bandeira editorial Caravela Selo Cultural. E com registro de viagem número 1 do ano 1. Navegará e trará notícias de outras plagas. Trará de volta novos conhecimentos. Conjugará saberes e sabores.

A bordo seguiram personagens com outras patentes, entre tripulantes e passageiros, com conhecimentos diversos, de Alex Peixoto a Tacito Costa e algumas letras intermediarias do alfabeto. Na bagagem cultural estavam embarcados conhecimentos e literaturas do RN. Entre jornais e revistas, escritores e escritoras, muitos foram citados e estudados.

A bagagem que segue a bordo da Caravela é intelectual.  As primeiras caravelas transportavam mercadorias com objetivo do comercio, proporcionando propriedades comerciais, instaladas nas cidades e nos portos. O conhecimento estava com os comandantes das frotas. O comercio evoluiu, o volume de carga aumentou e foram transportadas matérias primas. Matérias primas estas que proporcionaram as indústrias, surgindo uma propriedade industrial e novos conhecimentos. O conhecimento como mercadoria, a estratégia da informação e da tecnologia.

A principal mercadoria atual é a informação, que transformada produz um conhecimento. As informações estão disponíveis nos meios de comunicação e arquivadas, transportadas em CDs, HDs e nas mentes. E a mente de cada um com informações e conhecimentos é a nova indústria de transformação, de informações em conhecimentos, produzindo novos conhecimentos, um capital de propriedade intelectual.

Uma caravela com olhares cartesianos, já que seu estaleiro foi na academia, com engenheiros navais, armadores, escritores e editores, oriundos de faculdades e universidades. E podem levar na bagagem seus certificados, seus diplomas e seus títulos, como armas para possíveis batalhas. Com uma cruz fazem uma diagramação e uma escolha e artigos. Uma Caravela com conhecimentos diversos partiu de Natal em sua viagem número 1. Fará um giro pelas mãos, e navegará pela internet. É a revista Caravela, uma revista de literatura potiguar.



Texto para Revista Kukukaya:

Nenhum comentário:

Postar um comentário