quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O ar sobre as telas



O ar sobre as telas
Revista Kukukaya

Edição 15 -  Novt/Dez 2015


http://virtualcul.dominiotemporario.com/kukukaya_nov_dez_2015/kukukaya_nov_dez_2015.html#p=1


O ar que se respira, o ar que se inspira e provoca as inspirações artísticas. Alfredo inspirou e respirou alguns ares, do continente e do litoral. O ar do litoral, seguindo as praias, e em seguida o ar sobre o mar, nas suas idas e vindas para as plataformas petrolíferas do litoral norte-rio-grandense, ao alcance da vista, pousadas na linha do horizonte. Extraiu petróleo e ideias de plataformas petrolíferas, e plataformas computacionais.
Em suas breves viagens marítimas, com o balanço das ondas e o ar fresco vindo de proa, com esteiras de espumas, pela popa, podem ter inspirado suas linhas retorcidas e curvas sobre uma tela plana, tal como um mar de almirante. Nos pernoites das plataformas, um céu salpicado de estrelas, sobre a tela negra e convexa. O balanço do barco, sobre os sargaços, pode ter inspirado tantos traços coloridos, como um embaraço de linhas coloridas de novelos desenrolados; ou um amontoado de espaguete com diferentes cores. Um olhar antes da hora do refeitório.
A arte, o artista e o artesanato, resultado de inspirações oferecidas e chegadas pelo ar. O ar que expande os pulmões. Com técnicas diversas, simples e complexas, misturadas e variadas, Alfredo colocou suas visões e suas inspirações sobre telas de tamanhos e formas diversas. Fez de suas tintas fios coloridos e flocos em neve tingidos, era a exposição “Cores de Orvalho” de Alfredo Neves. 
Jogou suas tintas sobre as telas, e convidou poetas para fazerem versos, criar palavras sobre as imagens antes imaginadas. E os poetas com suas paletas e pinceis criaram seus versos e seus bordeis, para serem expostos juntos as telas.
Alfredo misturou cores e técnicas sobre algumas telas, do material colado e reciclado, ao derramar e pincelar de tintas sobre as várias formas de telas. Tela finalizada, propôs uma nova mistura, oferecer a suas telas para inspiração de alguns poetas. E os poetas toparam a missão e o desafio, de pincelar palavras a partir das pinturas escritas. E como disse Erilva Leite, entre outras palavras ditas in box: Um belíssimo trabalho, e a ideia de unir a imagem a poesia foi fantástica. 
E a exposição chegou a um cume, com um lançamento literário. Alfredo Neves fez um lançamento do seu último livro – O Amor Revelado, com selo CJA. E outras misturas entraram ao folhear as páginas durante o lançamento. Além das imagens unidas às poesias, outras artes se encontraram no espaço repleto de livros. Como a música, com as cordas, com percussão e voz, de Magna Fuá e seu parceiro Marconi Branco. E a fotografia mirada pelas lentes de Jardia Maia. Outros fotógrafos estiveram a postos, com aberturas de diafragmas diversas, e tempos de exposição diferentes. E como não poderia deixar de
aparecer novas técnicas e misturas, chegou a gastronomia, com aromas e sabores, entre sólidos e líquidos. 
Verba Volant Scprita Manent,  se "as palavras voam, os escritos se mantêm", as marcas que os pinceis deixam sobre as tela, vão mais além. Um vernissage, um lançamento de livro, com música ao vivo e poesia declamada, pelos convidados. Coisas de petroleiros, que a partir de uma matéria prima tiram diversos produtos e derivados, E coisas de editor que precisa colocar em uma revista, assuntos e temas diversos; ensaios e artigos, textos diversificados, e o que chegar para a próxima revista. Uma misturada, uma miscelânea cultural, uma kukukaya. 
E a medida que o tempo avança, mudam os ares, os artistas e o artesanato. E o homem passa a responsabilidade de suas artes para os artefatos, tal como como a reprodução dos fatos, que saíram das telas e foram para a fotografia, impressas sobre laminas planas. O computador com seus matizes, também tem a sua tela. 

Texto produzido para conteúdo de Kukukaya

Em 11/12/15

Roberto Cardoso “Maracajá”
Produtor de conteúdo (Branded Content)

Cascudeando

Pausas para uma foto



Pausas para uma foto

Revista Kukukaya
Edição 12 -  Mai/JUN 2015

Um evento é composto de falas, palmas, pausas e fotos. Com as falas vêm as apresentações e as opiniões. De modo comportado normalmente acontecem as reuniões com objetivos particulares e específicos, em locais fechados e reservados, com temas monitorados. Com um respeito mutuo entre os participantes que podem estar atentos e envolvidos pelas palavras e decisões de uma mesa diretiva, todos coordenados por um cerimonialista, ou um presidente da mesa, um chairmam.
O primeiro argumento do homem, para declarar seus pensamentos e suas opiniões é a fala. As falas podem ser associadas a gestos, que suavizam ou enfatizam os argumentos. Daí surgiu os oradores e os trovadores, que com destrezas, declamaram com diversos tons de sua voz as suas opiniões. Os primeiros filósofos davam aulas em oratórias aos seus discípulos. Podiam caminhar pelas ruas observando o céu e a terra, as nuvens e os pássaros, as pessoas e a paisagem. Capturavam imagens com os olhos, e arquivavam na mente. O uso dos sentidos como primeiras estratégias de adquirir conhecimento.
Os que dominavam a estratégia das falas serviram de porta-vozes aos que não tinham a tonalidade da voz e argumentos para emitir as próprias opiniões. Por um tempo demonstrar um conhecimento era a capacidade de reunir ouvintes que se interessassem em ouvir histórias. Histórias fictícias, histórias de saberes e de viagens que relatavam visões e acontecimentos, aos que não foram na determinada viagem. A fala deixou de ser o principal avaliador do conhecimento com a criação e invenção da escrita. A escrita como perpetuação da fala. A capacidade de registrar e arquivar, desde as placas de argila e papiros à descoberta e uso do papel. Professores repetem o gesto de reunir alunos dispostos ao ouvir suas falas. Estudantes com seus cadernos e anotações, perpetuam as falas de seus professores. Os papeis impressos em livros, levam as ideias dos autores que não estão presentes na sala de aula. Os professores restringem-se a espaços fechados para citar conhecimentos herméticos. Poucos são os cursos que admitem trabalhos de campo. Só aos professores é permitido um caminhar pela sala. É com uma prova escrita que alunos criam uma prova de seus conhecimentos.
A questão protocolar das oportunidades para quem deseja proferir palavras em um evento, a um grupo reunido. Os celebrantes ou os cerimonialistas ficam atentos as inscrições para uma fala observando gestos na plateia. Simples gestos denunciam o desejo de falar. Ao levantar o braço, levantar uma mão, ou levantar um dedo discretamente. Um observador de gestos pode entender a força da fala, e a força do desejoso locutor, pela imposição do seu gesto, ou a discrição de seus movimentos e seu olhar. Ai ocorre uma decisão individual e exclusiva do cerimonialista, ou um presidente de mesa, que a plateia não pode perceber, já que estão olhando em direções contrarias. A decisão das prioridades da fala. Uma plateia repete os hábitos
aprendidos na escola, um aceno ao olhar do professor, para uma solicitação de permitir suas palavras. O respeito ao professor e ao dirigente da reunião.
O critério protocolar é a ordem de solicitação, para criar a ordem de falação. Terminada a fala surgem as palmas em concordância e apoio a opinião do locutor, de suas ideias, palpites e opiniões. Em ambientes fechados raramente ocorrem vaias. Para acontecer vaias em um ambiente fechado é preciso que o locutor ofenda moralmente uma maioria posicionada.
Depois das falas, depois dos gestos, depois de encerramentos de falas, gestos e reuniões. Momentos para os flashes, a fotografia como perpetuação do momento. Um documento para a posteridade. Mostrar que estava presente naquele espaço, naquele momento, e com aquelas pessoas, falando sobre aquele determinado assunto. O assunto que consta da pauta da determinada reunião. E se estava ali presente é porque contribuiu com a evolução de um conhecimento, do tema em colocado em pauta. O homem enquanto ser animal busca a perpetuação da espécie, enquanto ser intelectual, busca a perpetuação das suas ideias. 
 
Em 06/05/15 



Roberto Cardoso (Maracajá)
IHGRN/INRG
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia 
Desenvolvedor de komunicologia. 
Texto disponível em 

http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/05/pausas-para-uma-foto/


A Menina do Café Linkest






A Menina do Café Linkest

Revista Kukukaya
Edição 13 -  JUL/AGO 2015

Os cafés tem tomado conta da cidade. Não um tomar por dominar, não é um tomar conta de modo opressor, com uma ocupação dos espaços, como forma de dominação e de poder. Não, não é neste sentido. Mas como um espaço de convivência e conveniência, com ares de calma e tranquilidade. Uma mudança no comportamento social, ou um resgate dos antigos hábitos. A moda sempre volta, com algumas alterações, mas volta. Os cafés tem tomado conta das cidades, e o povo toma e ocupa os espaços do café. Saberes e sabores com apenas um café. Com os novos cafés das novas cafeterias pode ser necessário ter um conhecimento para pedir um simples café (Saberes e Sabores: Café. O Jornal de Hoje. Natal/RN em 09/12/2013). Sabores e conhecimentos intensificados ao misturar leite (Saberes e Sabores: Leite. O Jornal de Hoje. Natal/RN em 16/12/2013).
No século passado foi moda e costume frequentar cafés. Um hábito importado, associado a principal produção agrícola nacional, denominado como ouro verde. A história do Brasil pode ser classificada por ciclos, como o ciclo do ouro e o ciclo da cana de açúcar. Com os donos do ouro, um grupo tinha o açúcar e o café nas mãos e nas xícaras. Café e açúcar, símbolos das exportações e movimentos de embarques marítimos, telas pintadas destacando estivadores carreando sacas em direção à navios.
Frequentar cafés ou tomar café podia conferir status de capital financeiro e capital intelectual. Enquanto possuidores de capital financeiro tomavam seus cafés em casa em xícaras de porcelana e bules de prata, com água fervida em chaleiras de bronze, outros tomavam café na rua. Outros estavam nas ruas: os literatos e intelectuais, a fim de trocar ideias e obter o conhecimento. Não é só o poder que emana do povo, mas a cultura e o conhecimento também. Um conhecimento que circula pelas ruas (serie de textos que vem sendo publicada no “O Jornal de Hoje” em Natal/RN). 
Históricos personagens e escritores da poesia e da literatura tomaram café nas ruas. Os denominados cafés eram frequentados por literários, e ali falavam sobre política, contavam e discutiam seus textos e ideias.  Como o Brasil é um país tropical, os cafés eram encontrados em esquinas e com portas abertas, com cadeiras em varandas e nas calçadas, sem a preocupação de ventos frios e temperaturas muito baixas. Era comum ver da rua, os frequentadores dos cafés. Reconhecer seus hábitos e suas vestes. A linguagem do corpo ao tomar um café.
A moda evolui e o gosto é popularizado. O café popularizou e atingiu outras classes sociais e outros intelectuais. Outras modalidades de comércios passaram a servir café. Botequins e padarias passaram a oferecer café, um café apressado para uma pausa no trabalho, ou um café corrido quando pela manha não foi possível tomar o café da manha em casa. Muitas empresas admitiram manter o café em suas dependências, talvez evitando grandes ausências de trabalhadores que saiam com a desculpa de tomar um café. E o café foi incorporado na cultura social e empresarial. Ao longo do tempo algumas classes sociais fizeram um up grade em seus modos de tomar café. Saberes e sabores estão relacionados. Alunos bem alimentados tem um melhor rendimento escolar, enquanto alunos com maiores saberes e bem informados, evoluem suas preferências com novas gastronomias, arriscando novos sabores.
Hoje os cafés são outros, e ainda é difícil de definir uma modalidade. Há cafés, café e cafés. Cafés com musica, com computadores e até com poesias. Do coffee shop ao café de garrafa térmica oferecido em barrancas e barracas, em esquinas próximas a grandes aglomerações de trabalhadores. Algumas modalidades lembram os cafés antigos. Continuam misturadas as letras. Letras escritas e impressas em livros e revistas, e letras ainda por serem impressas em papeis diversos, em lan houses com computadores, acesso a internet, com copias xerográficas e impressão, em papeis e olhares, em versos e reversos. 
Café normalmente é bem quente, e por vezes muito quente, e não dá para tomar de apenas um gole. O ideal é tomar em goles espaçados para não queimar a boca e não queimar a língua, em sentido conotativo ou denotativo. Enquanto se toma o café em pequenos goles com pausas entre eles, o ideal é conversar com quem acompanha o café ou faz uma simples companhia. Conversas e ideias surgem em um café. Amizades e conhecimentos acontecem em um café e podem ficar algumas marcas como a menina do Café Linkest.
A Menina entrou no Café com um leque de conhecimentos e gostos próprios pela gastronomia. Antes de entrar no Café Linkest já construirá boa parte dos seus saberes. Com seus conhecimentos de TICs, não se apresentavam os tiques nervosos. Com um histórico de pessoa ligada, antenada e conectada, estava pronta para novos links. E como saber não tem limites deixou sua rede aberta para novos conhecimentos. Uma cabeça cheia de conhecimentos ao estar em frente a novas informações é tal como uma tigela cheia. Novos conhecimentos se misturam aos conhecimentos e informações já existentes e transborda. Um transbordar que alcança aqueles que estão a sua volta,
A Menina entrou no Café Linkest, escaneou o ambiente em 3D com os olhos. Sentou, e pediu um café. Com um novo olhar transpassou caixas cranianas e observou que haviam serem dotados de alguma inteligência, tinham um sistema configurado de processadores e HDs internos e externos. Seus componentes internos eram dotados de cérebro e cerebelo linkados com o Universo, um link
quase um Wi-Fi. Estavam ligados ao Universo em um sistema com tênues fios invisíveis, que os espíritas chamam de perispírito. Aqueles seres ligados com o universo possuíam equipamentos periféricos que no máximo conseguiam buscar informações armazenadas em nuvens. Usavam equipamentos periféricos como note book e net book, muitos possuíam nas mãos um tipo de hand book, e pareciam se comunicar com seres ausentes ou distantes dali.
A Menina do Café Linkest estava em busca de novos links que pudesse considerar Best. Passou pelo Café para fazer recaras em cartões magnéticos, e como uma navegadora cibernética deixou seu histórico de navegação: em blogs e sites, em portais e redes sociais. Em um banco de café mostrou seu banco de dados de atividades e conhecimentos.  


R. Cardoso (Maracajá)
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Desenvolvedor de Komunicologia
RM/KRM
IHGRN/INRG
rcardoso277@yahoo.com.br  

Texto disponível em
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/05/a-menina-do-cafe-linkest/
http://mirnasemarinas.blogspot.com.br/2015/05/a-menina-do-cafe-linkest.html  

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